sábado, 23 de março de 2013

A goela densa




— 
Bem, mas como vou continuar, se não consigo deixar de pensar no que acabei de vivenciar mas que devia ficar para trás. 
Não posso continuar enquanto não for suficiente  propriamente suficiente  de fazer o que gostaria de ver e o que gostaria de ter; o que não encontro. 
Sabe o que quero dizer? Fazer o que queremos por não termos o que queremos e criar aquilo do que fomos privados.
Criar o que não estamos tendo, como que fosse te criar um pouco e você me criar um pouco.



"é ser arrancando repetidamente o seu próprio dente de leite na infância; tinha que tirá-lo da boca com a ponta dos dedos, sentir soltando vagarosamente; e seu estalido ao se desprender totalmente e o gosto de sangue  na língua!".







(...)

Caminhavam juntos e caminhavam separados para poder caminhar mantendo um ao outro; se mantendo assim também. Deixando as pegadas que  seriam logo em seguida apagadas.



Um comentário:

nan disse...

Tudo que foi dito é somente sobre dor, que nasce e renasce, mesmo após tantas tentativas de arrancá-la de dentro.