sábado, 17 de outubro de 2009

Pela entrada do que quis



O que precisa não é o peso dos olhos sobre, nem mesmo pensar sobre a voz contida. Houvesse um sinal que premeditasse a insinuação que surgiria de repente e então veria; veria como quem vê: “me insinua no que diz, porém insinua mais naquilo que não diz do que naquilo que se diz...”. Fosse quem fosse, olharia bem... Pois que muito em breve seria estranho falar sobre este passado de agora; difícil de afirmar: “está passando, tem sentido”, bem como um sentido desperdiçado em outra coisa, que fica longe...

...vai ter passado, trazendo a vontade de saber: não viverei mais por intermédio da ausência? caberei sempre mais na falta do que na presença? Está passando... logo vai terminar, ficando o incerto ao lado do desconhecido que afirma; — continuando uma mudez? — a coragem de aceitar a repetição na respiração, esquecendo e relembrando facilmente outra coisa pela pergunta “seria melhor se manter sem saber do bom e sem tomar conhecimento do ruim?”... O que seria não ter o que se quer; dizendo sem clareza, na inexatidão: ouço... ouço bem a voz; ouço-te daí, ouço comum a entrada que passa pelo que tanto quis.