sábado, 20 de julho de 2013

O valor dos valores ou O valor da precisão ou (finalmente) O valor da interrupção ou a inexistência dela


DIA APÓS DIA, DEPOIS DO MÊS E DEPOIS DO ANO e depois do outro ano e mais outro e depois era uma década sem que antes notasse que horas eram.

Nos resumíamos, dormentes, autodopados, dia à dia, mecanicamente, maltratando alguém quando algo não era como queríamos na totalidade; futilizando e cultivando a inutilidade, como anestésico ainda e...


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sem compromisso, palavra que comprometesse, valor que pudesse depositar como outrora fizera. Outro valor se perdera mas no entanto não estava se tornando um bom matador de valores. Pelo contrário, permitia que os valores fossem maiores do que si próprio em determinados momentos; consentia que os valores o matassem.

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A desvalorização das coisas ou o valor já transvalorado de alguém, de que outro alguém dissera — surgidos não sabia de quando — modificavam, gradativamente, também o que éramos?  Tornando-me ignorante de mim para os outros? Me vitimando, me armando contra alguém a quem devia querer bem; e atacar, como que me atacasse a mim mesmo ou se atacasse o fluxo ininterrupto que me engolia e que me enfurecia sem que eu percebesse a verdadeira causa.
O que enfraquecia e fazia cair, e fazia mais uma vez ser idiota e não sentir a grama e não levantar os braços e não olhar para o lado.

Perdendo visão, o campo desta, o que ela proporcionava. 

E a dormência que era necessária para subsistir; perdendo o que seria o real sentido do ver. Ver já não bastaria então. E se ver e se sentir já não era mais preciso... —