sábado, 30 de outubro de 2010

Como estava tendo que ser



O que faltou para que o restante do que ainda não tinha sido falado ressurgisse em nome do que não tinha nome e nem significado aparente?

Vaguidão, nulidade, extensão mesmo, planura — quantas outras fraquezas ainda mais. Toda vez podendo reproduzir  o que andou acontecendo; mas não é isso que tem importância mais. Só resta, de repente, puxar novamente a coberta do existencial, abrir as cortinas, ver o que se passa no interior, sobre o estertor anteriormente inaudito. Desnudar-se — e s p l e n d o r o s a m e n t e —  num rio de era-assim-que-tinha-que-ser.



sábado, 9 de outubro de 2010

Ainda maior que o sempre ter


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O que ficou no momento exato em que nada mais parecia existir, foi apenas um espaço individual. Ele ainda existia e não sabia por quê.

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Aguardava uma resposta... Todo o resto devia ter sido assim de fato, um aguardo. Uma vigília ansiosa  pelo bom e pelo ruim. “Aguarde-se” devia querer dizer. Aguarda-se outro querer ainda maior que o ter e o sempre-ter. Porque o ter  e o sempre-ter podem ser mais complexos ainda. Pode-se, em seguida, querer somá-los no meio da noite esperando-se obter um resultado maior. Mas se não fosse isso, do que faria parte então? Ficai,  ficai, ficai, sempre se espera. E havia um quê de culpa nos olhos de quem de repente chegou.

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